Figura 1: tipos de rochas e seus exemplos. Fonte: http://selftution.com/what-types-of-rocks-igneous-sedimentary-metamorphic-kids/
1) As rochas ígneas recebem este nome porque se originam a partir do magma - uma mistura superaquecida de gases, líquidos e minerais que estão abaixo da superfície terrestre sob grandes pressões - ou ainda pela lava, que é o magma sem gases e elementos mais voláteis que escapa dos vulcões e fissuras da crosta. Esse material, conforme se resfria, forma cristais que se aglomeram dando origem a rochas, como o granito. A velocidade desse resfriamento é importante para definir o tamanho dos cristais da rocha, pois quanto maior for o tempo de resfriamento, maiores serão os minerais que compõem a rocha. Com isso, é possível dividir as rochas ígneas em dois grupos: extrusivas (vulcânicas) ou intrusivas (plutônicas), o basalto e o gabro são exemplos de rochas dos respectivos grupos.
Figura 2: as classes de rochas ígneas, suas características e exemplos. Fonte: https://www.pinterest.com.mx/pin/700943129473592170/
2) As rochas sedimentares são formadas a partir do acúmulo de partículas ou sedimentos, precipitados em uma região rebaixada do relevo, as chamadas bacias sedimentares. Esse processo de acumulação sucessiva de grãos forma camadas e essas ao longo do tempo geológico originam rochas sedimentares, desde que passem pela diagênese, que são um conjunto de processos nos quais os sedimentos são submetidos para que se tornem rochas sedimentares. O aumento da temperatura e da pressão com a profundidade favorece a formação das rochas sedimentares. Os fósseis são encontrados quase que exclusivamente em rochas sedimentares, sendo de suma importância para datação relativa dessas rochas. Quanto a sua classificação, as rochas sedimentares podem ser divididas em: Terrígenas, Químicas e Biogênicas.
Figura 3: afloramento de rochas sedimentares. As diferentes cores indicam características distintas (idade, tamanho e tipo de grãos, fósseis etc) das camadas ou estratos. As camadas mais antigas são as da base do perfil. Fonte: http://www.sobregeologia.com.br/2017/08/rochas-uma-breve-descricao.html?m=0
As rochas sedimentares terrígenas são formadas pelo acúmulo de partículas de rochas e minerais desgastados de uma rocha-mãe, que foram levados a uma área de acomodação por algum agente de transporte (água, ar, gravidade, gelo, etc). O tamanho dos grãos que formam o acabouço da rocha dá o seu nome característico, como conglomerados (formados por seixos), arenitos (formados por partículas de areia), argilitos (partículas de argila) e folhelhos (camadas de argila intercaladas).
Figura 4: um exemplo de folhelho, rocha sedimentar terrígena. Fonte: https://climainfo.org.br/2019/08/09/um-recado-para-a-america-latina-prejuizo-com-folhelho-e-de-bilhoes/
As rochas sedimentares químicas são formadas pela precipitação de íons em soluções aquosas saturadas, como sais, carbonatos, fosfatos e outros. Elas originam camadas de sal marinho (minerais de halita) e também deram origem aos BIFs (formações ferríferas bandadas), onde estão as maiores reservas de minério de ferro da Terra.
Figura 5: um exemplo de BIF (do inglês: banded iron formation), apresentando camadas alternadas de óxidos de ferro escuros e silicatos avermelhados. Fonte: https://www.geologando.com.br/2017/08/04/formacao-ferrifera-bandada/
As rochas sedimentares biogênicas são aquelas formadas pela acumulação de partes de organismos biomineralizadas, como conchas, ossos, dentes e espinhos. Formam rochas calcárias, diatomitos, radiolaritos etc. Nelas encontramos vários exemplos de fósseis, sejam macro (como peixes, plantas e dinossauros), ou micro (foraminíferos, ostracodes, radiolários, etc).
Figura 6: rocha calcária fossilífera formada pela acumulação de restos de organismos marinhos. Fonte: http://primalfactor.blogspot.com/2014/07/vida-na-era-paleozoica-parte-1.html?m=1
3) As rochas metamórficas são originadas pelas transformações em estado sólido de rocha e minerais submetidos a altas pressões e temperaturas. Essas rochas mostram características importantes como o visível achatamento dos minerais, xistosidade, bandamentos e dobramentos. A depender do grau de metamorfismo, essas características podem ser mais ou menos visíveis. O grau de metamorfismo cresce com o aumento da temperatura e da pressão. Um esquema resumido das rochas metamórficas do menor para o maior grau é o seguinte: ardósia < filito < xisto < gnaisse < migmatito.
Figura 7: esquema exemplificando como os diferentes tipos de rochas metamórficas são formados de acordo com o gradiente de temperatura e pressão. Fonte: http://www.geologyin.com/2017/12/regional-metamorphism.html?m=1
A relação cíclica entre os diferentes tipos de rocha pode ser entendida no seguinte esquema abaixo:
Figura 8: esquema do ciclo das rochas, resumindo como se originam os grandes grupos e as suas inter-relações. Fonte: http://sopasdepedra.blogspot.com/2014/05/sedimentogenese-uma-parcela-do-ciclo.html?m=1
Uma rocha, independentemente do tipo, pode ser fragmentada em grãos e esses formariam uma rocha sedimentar. Essa mesma rocha, pode passar por um processo de subsidência (aprofundamento crustal) e então se transformar em uma rocha metamórfica. Se o calor e/ou a pressão continuarem aumentando, a nossa rocha irá aquecer-se até que todos os seus minerais entrem em estado de fusão e voltem para o magma, reiniciando todo o ciclo.
Referências:
TEIXEIRA, W.; TOLEDO, C.; FAIRCHILD, T.; TAIOLI, F. Decifrando a Terra. São Paulo: Oficina de Textos, 2000.
PRESS, F.; GROTZINGER, J.; SIEVER, R.; JORDAN, T. H. Para Entender a Terra. Tradução: MENEGAT, R. (coord.). 4a edição. Porto Alegre: Bookman, 2006.
Ótima explicação. Parabéns
ResponderExcluirParabéns, cara. Uma boa explicação e uma ótima iniciativa com o blog.
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